terça-feira, junho 02, 2009

Champions League

Prestamos hoje a merecida homenagem a alguns dos mais ilustres campeões da nossa deprimida, porém sempre cromática Nação.

Começamos pelo topo; Liga com nome de cerveja que não é super, nem mítica goleadora de divisões inferiores, mas sim navio de referência e símbolo maior da Marinha Portuguesa.

De um trago só, a referida Liga foi uma vez mais engolida pelos senhores do costume, sempre sedentos e com vontade de beberricar uma loira fresquinha que recompense a longa caminhada, aqui e ali salpicada de cromicidade.


















E já que de cromicidade falamos, que seria desta conquista sem um pequeno canhoto argentino, ex-suplente de Lanús, clube atlético e sem feitos de monta para se gabar? Estaremos certamente a falar de uma mini e não um príncipe, apesar do dançável tango que nos terá sido propiciado.

Nélson, bebe amigo, pois logo serás expulso da mesa. Não tens culpa que outros prefiram o green, outros funcionem a diesel, e que no fundo, ninguém aprecie a mini. Mas deixa lá esses sacripantas, e pede mais uma para a viagem. Pagamos nós.

Arrumada a cerveja, desta feita tratamos de água, símbolo de pureza e juventude. Apesar da Liga que dela tem o nome ter sido relegada para segundo plano, vital continua a ser.

E já que de H2O falamos, nada melhor que recordar a intemporal cançoneta de um jovial baladeiro setubalense, que relatava um amor impossível - de duas vidas separadas pelo tempo. Duas lágrimas caindo no momento em que se acende a dor. Olhos de água. Não deixam de sentir. Olhos de água.

Seu nome era Toy, e da vivaça altivez de sua mosquinha berrava para que soubéssemos que as meninas sem par só poderiam dançar se chamassem o António.

Mas em Olhão, outro Toy procurava a redenção de uma partida em falso. Agora no sprint final daquilo a que eufemísticamente chama de "carreira", o ex-futuro-Eusébio e actual sobrevivente da condição física conhecida por Mawetakwápepatoy, assinou o tento que colocou a bejeca na calejada mão do S.C. Olhanense, agremiação que há 34 anos não sorvia o cálice do prazer original.

Porém, os 6 golos e 7 amarelos do avançado ex.quase.futuro@pantera.negra.pt nunca teriam sido possíveis sem o criativo Deus que arma o jogo algarvio. Messi, o símbolo do futebol romântico que persiste em mastigar o calcio mecânico-musculado e a cuspi-lo com desprezo. Com Messi em campo, a mais bela escultura de Donatello toma vida sobre o relvado, com a comovente anuência de Rudolf Nureyev observando em plié todo este quadro digno do pincel de Gauguin.
Obrigado, Mágico Messi. Olhão te ama, coño.

















Na Invicta, não houve apenas uma agremiação de copo na mão. Na estação de metro de Vidal Pinheiro, festejou-se durante um mês inteiro.
A II Distrital já é passado, um pesadelo do qual Cao acordou com suores frios e espancou violentamente até ele se retirar e pedir perdão por ter existido.

A Fénix voa, minha gente. A Fénix sobe, altiva, orgulhosa, e com a certeza de não queimar as asas como Ícaro. Pois Ícaro era um jovem valoroso, mas não tinha a ajuda de um Falmeida. Não tinha Renato de seu lado. E todos sabemos que Cao é o melhor amigo do Homem.

Os campeonatos profissionais já não são apenas um sonho, são um objectivo palpável e sedutor, que sorri provocador, piscando o olho à Fénix. Porém, precisará a Fénix de mais ajuda?
A caixa 5, sector 2 da Exponor está sempre aberta. Mesmo para quem tem mais do que 5 unidades.

Finalizamos com um campeão que não o foi.

O boné da JCA viajou até Oeiras, em ambiente festivo e protegendo inúmeras sardinhadas do impiedoso sol. Porém, veio de lá vazio, sem taça e sem massa.
Mas um campeão faz-se de taças, ou da forma inequívoca como arrebata corações e conquista almas diletantes?


Hoje, meus amigos, habemus campeone. Ferreirem-me os Paços, pois Jorginho levou o Senhor Bigode à final da Taça Millenium, depositando uma saudável dose de verdadeirismo nos cofres depauperados da portugalidade, e passando um peludo cheque endereçado a todos nós.

Jorginho cultivou, Jorginho deixou crescer, e Jorginho disse: "Para vocês, Portugal, um cheque no valor de 5.000 juras de amor."

E nós, companheiro Jorge, nós seremos a tua muralha de palha d'aço.

Campeão allez.

3 comentários:

Rodrigues disse...

É um bigode envergonhado, uma colecção de pêlos que ecoa a adolescência tardia, mas, que raio!, é um bigode lusitano! Honra ao Jorginho. Que um dia possas rivalizar com Matias, Borges e quejandos.

E a foto do Nelson Grieder Benítez está num nível artisticamente elevado. Merecia um bigode. Farfalhudo.

O Barbas disse...

oooooooolhos de águaaa!...não deixam de sentir!...

MAUZÃO disse...

emrrabar-te é que era FIXE

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